terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O Brasil ficou com a 53ª colocação entre 65 países no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa)

"O Brasil ficou com a 53ª colocação entre 65 países no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Com a média geral de 401 pontos, o Brasil ficou atrás de países como Bulgária, Romênia e os latino-americanos México, Chile e Uruguai. Fica à frente apenas da Colômbia, Kazaquistão, Argentina, Tunísia, Azerbaijão, Indonésia, Albânia, Catar, Panamá, Peru e Quirguistão." (Retirado do site G1)

É possível perceber claramente que há algo errado com a educação em nosso país. Como a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco, logo vão dizer que a culpa é dos professores, que não estão preparando adequadamente os alunos. Claro, a culpa é sempre do professor. Não é ele que educa?

"Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho." (LBD 9394)

Vivemos em um país onde o Estado e a Família se ausentaram da educação deixando a maior parte do trabalho para o educador, que não tem apoio de nenhum dos lados. Em relação a família muitas das vezes que o educador e a escola precisam recorrer aos pais, encontram responsáveis que não dão a mínima para os seus filhos ou até mesmo " já desistiram deles". É isso mesmo, os pais podem desistir, mas o professor não.  Em relação ao Estado, o abandono se deve a vários fatores, dentre eles infra-estrutura, políticas públicas, legislação, fiscalização, condições de trabalho para os profissionais de educação, valorização do educador.

O problema da educação no Brasil é extremamente complexo e deve ser encarado como tal. Colocar a culpa do produto final do educador é muito fácil e CONVICENTE. Muitos acadêmicos, que nunca pisaram na sala de aula ou se fizeram foi na época em que os alunos ainda se levantavam para receber a professora, enchem os seus livros de críticas sobre a metodologia dos educadores, sobre a forma de avaliar dos educadores, sobre o quanto os educadores são péssimos... Mas, perai... o que esse povo sabe de educação? Eles não vão nas escolas, mandam estagiários de mestrado - que também nunca deram aula na vida - para sentar na aula do professor e anotar todos os seus defeitos "medonhos". Com os dados em mãos, escrevem seus lindos livros com relatos de como um professor X da uma aula tão absurda e sem criatividade. Tudo bem, existem vários professores péssimos, mas em nenhum momento esses autores falam que esse professor pode estar dando essa aula péssima porque ele está passando necessidade em casa, porque o aluno ameaçou ele de morte, porque o pai do aluno riscou o carro dele, porque na escola não existem laboratórios e bibliotecas, porque para conseguir um sálario digno esse educador teve que trabalhar 3 turnos e essa já era a sua ultima aula da sexta... Ninguem fala disso. Ninguem fala que a aula do professor pode estar ruim devido a uma estrutura de legislação que poda o currículo oculto, que pode a criatividade... Ninguem fala...

Vejo claramente porque o Brasil ficou em 53º lugar. Essa posição é reflexo do quanto o sistema educacional está falido e do quanto o governo não tem promovido estratégias certas de melhoras. Mas, pra ele é fácil, é só colocar a culpa no professor. Pode colocar. A população acredita...

Por que falar sobre educação?

Há tempos tenho sido atormentada por um desejo: falar sobre educação. Confesso que por vezes protelei por não ter tempo suficiente ou coragem suficiente de expor tudo o que penso, mas por fim estou aqui. O fato impulsionar dessa vontade foi a minha paixão pela EDUCAÇÃO em todos os seus sentidos e facetas: a paixão pela oratória, a paixão pelas perguntas e pelas respostas, a paixão por ajudar o próximo, a paixão por ver o sorriso e a inquetação do aluno, a paixão por entender as políticas públicas da área, a paixão por entender toda a legislação de ensino, a paixão por ser chamada de PROFESSORA. É exatamente isso, sou completamente apaixonada pela educação, ou melhor, não é paixão. Quando estamos apaixonados e surgem os defeitos a gente perde o encanto, não é? Então falo com firmeza: meu caso com a educação é de AMOR.